sábado, 19 de setembro de 2009

Desventuras no Sul

São Paulo, 05:00 de um começo de manhã de sexta-feira não muito fria, mas nublada, tomo meu banho e vou caminhando até o Aeroporto de Congonhas. 06:00 da matina, aeroporto cheio desde cedo, fila no “check-in” e nos cafés, começo a me estressar. Vou até um "totem" da empresa TAM pra emitir meu bilhete eletrônico, o que não deu certo, informa que devo mesmo tomar no cú e pegar a fila monstruosa, mesmo estando com apenas uma mochila. Pois bem, após longos 20 minutos de fila, entrego meus documentos à atendente da companhia, ela informa que não localizou a reserva do vôo, me irrito mais um pouco, e saco meu notebook da mochila pra mostrar o voucher eletrônico. Após alguns minutos (tempo para o cérebro da moça pegar no tranco, deve ser a álcool, e tive a paciência de esperar), ela pede a um coordenador que libere meu bilhete, maravilha, respiro aliviado. Quando estou prestes a dar um bom dia bem amistoso, a cretina solta: "Senhor, precisamos pesar a sua bagagem de mão, pois não pode passar de 5KG.". Começo a me “emputecer”, coloco a mochila na balança, e a cretina me diz, com ar amistoso de quem quer enfiar dois dedões no seu cú: "Senhor, o senhor precisará despachar sua bagagem de mão!". O sangue subiu, não sou de bater em mulher, mas nesse momento a cretina da atendente caberia no espaço que restava na mochila, bem dobrada. Mas de nada valeria espernear naquele momento, na verdade dei até sorte porque meu canivete suíço e um estojo novo de ferramentas que ganhei do meu amor estavam dentro da mochila, e provavelmente se eu levasse a mochila comigo, eu teria de deixar esses pertences na "PF". Me restou colocar o notebook debaixo do braço e passar pelo "crivo" da PF (é, aqueles "coxinhas" mais refinados e pseudo-estudados). Pois bem, chegando ao detector eis que encontro um senhor alinhado, cara de vendedor de títulos de seguro privado, perdendo as estribeiras e quase espancando os agentes da PF: "isso é um absurdo, todo dia é a mesma palhaçada, daqui a pouco terei de ficar apenas de cueca pra vocês verem que não carrego nada!". A verdade é que a lei é igual pra todos, e pelo menos ali ela foi cumprida, pois bem... O embarque para meu vôo já estava aberto, e eu achei bom, odeio aquela espera de saguão de embarque, entrei no avião, peguei meu assento e sentei nele, nessa ordem mesmo. Café da manhã de vôo é sempre legal, por isso saí de jejum de casa, mas eles sempre adivinham como anda minha vida e saúde corporal, e me serviram um café da manhã "light". O que me deixou emputecido no vôo foi a tranqüilidade e humor negro do piloto: "bom dia senhores passageiros, dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Afonso pena, em Curitiba, o tempo por lá está nublado, em agradáveis 11 graus". Eu fiz questão de virar pro rapaz do meu lado: "agradável, só se for pra ele!". Pois bem, cheguei em Curitiba sem maiores pormenores, saí na calçada do saguão pra fumar um cigarro, aquele frio desgraçado com vento (o que é pior, podem acreditar), e um cidadão adiposo vestido de chinelo, bermuda, camiseta de torcida organizada do furacão, óculos escuros (pra que os óculos caralho, já está aparecendo bem sem eles nesse frio do cacete!), e fazendo pose de mau, preferi desviar o olhar para um ônibus da APAE que desembarcava as crianças para um passeio pelo aeroporto, e achei bacana demais. Chamei o táxi (sim, agora a firma disponibiliza voucher de uma cooperativa de taxi que atende em todo o país), fui de Pinhais a Curitiba "trocando idéia" com um senhor muito "gente fina", sotaque alemão levemente perceptível, e o assunto era o de sempre, e o que eu mais gosto de prosear com os taxistas: política e problemas das cidades brasileiras, mas ele profetizou uma coisa que me deixou com medo: Collor está voltando, aguarde e verás! Cheguei no cliente, e em cinco minutos constatei o que meu coordenador não havia constatado remotamente, o servidor de voz do cliente "mooooooooreu", mas o almoço com o cliente foi bom, no segundo cliente eu tomei um banho de realidade, "me toquei" que não há empresas de serviço de qualidade no que eu faço aqui no sul, e acho que vou pegar minhas malas, minha mulher, e morar por aqui. O dia terminou com uma pizza no quarto do hotel, frio pra cacete e chuva sem parar. Hoje é sábado, nem sei se o servidor novo do cliente chegou, não estou preocupado, só quero voltar pra sampa, como diria Sá, Rodrix e Guarabyra, "eu pego a montaria e vou rever o meu amor, depois de cinco dias pendurado no vapor"...

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