domingo, 5 de dezembro de 2010

Nah... Dois anos então?

Pensei em algo especial pra escrever nesses (quase) dois anos juntos, mas sou péssimo pra isso, deixo as palavras, letras e (quase) canção pra você...

Por todas as coisas ditas, escritas, e muito mais por tudo que vivemos juntos dentro desses dois anos, valeu muito apena...

Continuamos aprendendo juntos, e a vida é uma puta de uma escola...

E parafraseando alguns dos seus que se tornaram meus amigos também, obrigado por ser tão fóda...

Eu te amo...

Voltando no tempo...

É engraçado como uma paixão sempre renasce. Tem paixão que dura o tempo de uma partida de futebol, mas tem paixão que dura aqueles noventa minutos, e depois de mais algumas partidas de desafio ao galo, torna-se um clássico novamente, sem a menor pretensão ou lógica...

Engraçado eu (logo eu) falar de lógica quando se trata de amor, ou paixão, (não aquele amor falastrão, de conto de fadas ou novela mexicana), mas na verdade odeio falar disso...

Prefiro criar metáforas...

Ainda que presente...

Não me lembro de nada que idealizei no carro, e juro que queria um "instant blog brain". Mas que merda, tantas boas idéias surgem em momentos em que não podemos dispor de um papel e lápis...
Mas foda-se, cheguei em casa, ainda que quase vivo, um semi-moribundo, nem pensando (ou quase) no dia de amanhã... Ah sim, amanhã é dia de "branco", pois é, e nem estou "fucking" afim de encarar aquele escritório, mas sou guerreiro, fazer o que, né?!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Laurindo de Almeida - Recital de Violão

Laurindo de Almeida - Recital de Violão
* 02/9/1917 Miracatu, SP
+26/7/1995 Los Angeles, E.U.A
24 MB
Fonogramas Lado A
A01. Serenata
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (Schubert)
A02. Serenata (Do Balé ''Les Millions D'arlequin'')
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (R. Drigo)
A03. Valsa da ''Serenata Para Cordas'' Em Dó Maior Op 48 (2º Movimento)
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (Tchaikovsky)
A04. Serenata
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (Toselli)
Fonogramas Lado B
B01. Serenata Espanhola (Ouvre Ton Coeur-Bolero)
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (G. Bizet)
B02. Serenata Op 15 Nº 1
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (Moszkowski)
B03. Serenata (Da Opereta ''O Príncipe Estudante'')
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (S. Romberg / D. Donnelly)
B04. Serenata
Intérprete(s): Laurindo Almeida
Compositor(es): (F. Drdla)
Biografia
Violonista. Compositor.
Nasceu na pequena cidade do litoral de Prainha perto de Santos no Estado de São Paulo. Sua família era grande e musical. Seu pai tinha a profissão de ferroviário e era um apaixonado seresteiro. Interessou-se pelo violão desde a infância, aprendendo as primeiras noções musicais sob orientação de sua mãe, pianista amadora. Foi, porém, atraído pelo violão de sua irmã Maria, que lhe foi ensinando o instrumento secretamente, na idade de nove anos, transcrevendo os trechos de piano.
Já na adolescência tocou em serestas assim como seu pai. Com o irmão mudou-se para São Paulo, aos 12 anos. Aos 15 anos de idade, lutou na Revolução de 1932, em São Paulo. Enquanto recuperava-se de uma ferida de guerra, conheceu no hospital o violonista Garoto (Aníbal Augusto Sardinha), que estava em visita ao hospital. Casou-se com Maria "Natalia" Miguelina Ferreira Ribeiro, uma bailarina do Porto, Portugal, a quem conheceu no Cassino Balneário da Urca, em 1944. Por essa época, passou a viver nos Estados Unidos, onde se tornou conhecido como violonista da orquestra de Stan Kenton, gravando muitos discos até pouco antes de sua morte. Ao todo, ganhou nada menos do que seis Grammy, considerado o Oscar da música americana.

Dados Artísticos

Um dos violonistas brasileiros mais conhecidos nos Estados Unidos, país para onde migrou, na década de 1940. Destacou-se ainda por ter introduzido o violão brasileiro, com todas as suas divercidades como o samba, choro e baião e uma mistura de vários tipos de música folclórica do Nordeste brasileiro no mundo do jazz norte-americano. Foi o criador do que ele chamou " jazz de samba" , uma combinação de jazz com elementos de samba. Em 1936 mudou para o Rio de Janeiro e foi trabalhar na Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu por 11 anos, atuando ao lado de artistas como Garoto, Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Carmen Miranda, e Pixinguinha. Além do trabalho na rádio, tocou em clubes e conduziu seu próprio grupo durante mais de cinco anos no Cassino da Urca. Em 1938 gravou seu primeiro disco, tocando guitarra, acompanhado por Gastão Bueno Lobo na guitarra havaiana, interpretando de sua autoria a valsa "Saudade que passa" e o choro "Inspiração". No mesmo ano teve o samba "O último samba", gravado por Roberto Paiva. Em 1939 teve os sambas "Mulato antimetropolitano" e "Você nasceu pra ser grãfina", gravados com pela cantora Carmen Miranda. No mesmo ano, acompanhou com Garoto a gravação de Ary Barroso do samba jongo "Na baixa do sapateiro" e da cena carioca "Boneca de pixe". Na mesma época seu samba canção "Pedro Viola", gravado por Aracy de Almeida, foi um dos destaques. Com Garoto dirigiu um conjunto regional que participou de diversas gravações na Odeon, acompanhando entre outros, Carmen Costa,Jararaca, Dorival Caymmi e Alvarenga e Ranchinho. Em 1940, Leopoldo Stokowski solicitou a Villa-Lobos que selecionasse e reunisse os mais representativos artistas de Música Popular Brasileira, para gravação de músicas destinadas ao Congresso Pan-Americano de Folclore. Villa-Lobos incluiu no grupo escolhido a nata dos verdadeiros criadores nacionais de música: Pixinguinha, Cartola, Donga, João da Baiana e, ao lado destes, estava o violonista. As gravações realizaram-se na noite de 7 para 8 de agosto de 1940, a bordo do navio Uruguai atracado no Armazém 4. Foram registradas 40 músicas, e entre essas apenas 16 chegaram ao disco, reproduzidas nos Estados Unidos em dois álbuns de quatro fonogramas cada um, sob o título "Columbia presents Native Brazilian music Leopold Stokowski". Ainda no mesmo ano, gravou ao violão o cateretê "De papo pro á", de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano e a valsa "Saudades de Matão", de Jorge Galatti. Em 1941 compôs com Jararaca a marcha "Que chero bom", gravada por Cinara Rios na Victor. No mesmo ano foi trabalhar no Cassino Copacabana, Com Garoto fez numerosas gravações e composições de valsas, a primeira, "Ainda te lembras de mim". Organizou e criou samba original, choro, foxtrote, samba-jongo, folk-songs, como também canções humorísticas. Em 1942, passou a atuar no Cassino do Balneário da Urca e compôs com Junquilho Lourival uma das músicas de destaque do ano, a canção patriótica "Meu caboclo", gravada por Orlando Silva. Com o fechamento dos cassinos brasileiros, numa época em que era considerado um dos melhores violonistas do país, partiu para os Estados Unidos, onde tocou em orquestras, filmes, shows, consolidando uma respeitável carreira solo. Segundo seu depoimento: " A viagem de avião do Rio para Nova Iorque levou 38 horas, com muitas paradas, e mais 12 horas para a Califórnia". Estabeleceu-se em Hollywood, onde recebeu oferta para tocar no filme de Danny Kaye, "Nasce uma estrela", no qual Benny Goodman, Tommy Dorsey, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e Nat King Cole também haviam trabalhado. Pouco depois, passou a integrar a orquestra de Stan Kenton. Na orquestra, introduziu a tradição de violão espanhol dentro do jazz e as gravações deste tempo cedo se fixaram como padrão para violonistas de jazz. Com a orquestra, gravou sua primeira música, "Lament", pela etiqueta Capitol. Em 1943 compôs com Alvarenga e Ranchinho a rancheira "Malvada minha", gravada pela dupla na Odeon. Em 1946 teve gravados os samba "Carinho proibido", parceria com Romeu Geraldo de Almeida e "Perfume da terra", com Dias da Cruz, pela cantora Heleninha Costa. Com seu conjunto acompanhou na Continental algumas gravações de Heleninha Costa e Silvio Caldas. Em 1947ao violão, acompanhado de seu conjunto os choros "Buliçoso", um clássico do gênero e "Pandeiro manhoso", ambos de sua autoria. Em 1949, gravou seu primeiro disco solo nos Estados Unidos, "Concert creation for guitar". A este seguiram-se a série de três LPs "Brazilance", gravados na World Pacific, e, em 1951, o LP "Sueños"(Dreams), onde registrou a canção "Sonho". Em 1952, debaixo do título " The Laurindo Almeida Quartet", fez dois registros históricos para a World Pacific Jazz. Em 1953, gravou, com o saxofonista Bud Shank, uma série de discos que foram posteriormente reeditados em 1962. Em 1956, gravou na Capitol o LP "Guitar music of Latin America" e, no ano seguinte, o LP "Impressões do Brasil", onde registrou suas composições "Pôr-do-sol em Copacabana" e "Serenata". Ainda em 1956, tocou alaúde na música título Da super-produção norte americana, o filme "Os dez mandamentos", de Cecil B. de Mille. Por volta de 1962, a popularidade da Bossa Nova nos Estados Unidos determinou novo impulso à sua carreira. Entre os anos de 1963-1964, participou do Modern Jazz Quartet, grupo com o qual realizou excursão à Europa e gravou um repertório eclético que incluía desde o "Samba de uma nota só", Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça ao "Concerto de Aranjuez", do compositor erudito Joaquin Rodrigo . Em 1964, recebeu o Prêmio Grammy pelo disco "Guitar from Ipanema". Além de integrar o Modern Jazz Quartet nos anos 1960, participou do LA 4 na década seguinte. Em 1967, esteve no Brasil, onde se apresentou na Sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro, e como convidado do II FIC, promovido pela TV Globo. Participou da trilha sonora de cerca de 800 filmes, tendo se consolidado como arranjador, orquestrador e compositor. Além de deixar várias obras para violão, teve músicas gravadas por artistas como Orlando Silva, Carmen Miranda, Aracy de Almeida, entre outros. Fez ainda trilhas sonoras para diversas séries de filmes norte-americanos de televisão, entre os quais "O fugitivo". Ao longo de sua carreira, ganhou seis Prêmios Grammy, além de uma série de outros prêmios da indústria fonográfica e cinematográfica. Em 1972, tocou bandolim na música título do filme "O poderoso chefão". Em 1979, lançou nos Estados Unidos o disco "First Concert for Guitar orchestra", no qual gravou um concerto de sua autoria e o Concerto nº 4 de Radamés Gnattali, a ele dedicado, acompanhado pela Orquestra de Câmara de Los Angeles. Nos anos de 1980 se apresentava com um trio com baixos e tambores (Robert Magnusson e Jim Plank / Chuck Flores). O trio de violão dele, Guitarjam (com Larry Coryell e Sharon Isbin), tocou para "Wolf Trap", no Carnegie Hall em 1988. Na década de 1990, apresentou-se no Brasil no Free Jazz Festival. Em 1992, participou pela última vez da trilha sonora de um filme tocando na gravação do tema do filme "Os imperdoáveis". Praticamente esquecido em seu país de origem, com mais de 40 discos gravados no exterior, permaneceu em atividade até o fim da vida, finalizando seu último CD, "Naked Sea", com Danny Welton, duas semanas antes de sua morte. É o único músico brasileiro a figurar na Enciclopédia do Jazz
Fonte de pesquisa: http://www.dicionariompb.com.br/
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Álbum: Recital de Violão das Mais Famosas Serenatas
Ano/Gravadora: (N/D) Copacabana CLP 3518
Artista(s): Laurindo Almeida
Acervo: Odete/Quelinho


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Captura dos Fonogramas
A Captura foi efetuada em Toca Discos Vinil com gravação USB Marca ION - Modelo TTUSB05 - utilizando o programa Audacity , com Formato de Gravação WAW, Canal Estéreo, Freqüência de Amostra 44.100 kHz, bits por amostra 16.
Fonogramas salvos em 96 mp3PRO
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creditos - blog um que tenha

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Aos "pseudo-inimigos" do Corinthians

Ah, meus amiguinhos, o que seria de vocês se não existisse o Corinthians? O futebol não teria a mesma graça. Vocês passam mais tempo torcendo contra o Corinthians que a favor do próprio time, e isso é engraçado pra nós, corinthianos. Vocês devem é ter, se não inveja, no mínimo uma ponta de curiosidade do que é ser corinthiano, um povo apaixonado e batalhador que carrega uma agremiação nas costas, um time do povo e para o povo, um clube que leva pessoas carentes ao estádio, reconhecido mundialmente por suas ações sociais, uma multidão que não se cansa de torcer e empurrar o time. Vocês podem reclamar, podem tirar sarro, podem se gabar de seus títulos internacionais, porque é isso que mantém vocês como torcedores de seus clubes. Então amiguinhos, continuem tecendo comentários ridículos, reclamações infundadas, e lançando teorias conspiratórias acerca do Corinthians, porque isso tudo fortalece essa nossa nação de milhões de apaixonados...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ah, os céticos, sempre com as mesmas respostas prontas... Quero ver o que dirão no dia em que a ciência provar a existência do espírito... Vejo, nos dias de hoje, a mesma mentalidade medieval e limitada que fazia dos navegantes de antigamente covardes, por que tinham a certeza de que a terra era plana, e o “além-mar” não passava de um grande abismo para O NADA...

domingo, 2 de maio de 2010

Corinthians: O RETORNO ZERO

Aquele choro comovido da minha gente, em dezembro passado, está vivo na minha memória. O Corinthians, gravemente doente, estava na UTI. O diagnóstico era sabido: micróbios e vermes potentes lhe sugaram quase todo o sangue além de lhe roubar o dinheiro deixado pela torcida.Adversários entusiasmados e “sem noção” fizeram festa, soltaram rojões, inventaram piadas. Alguns mais maldosos rogaram pragas e chegaram a crer na morte do gigante.

O normal seria o abatimento coletivo dos 18 milhões de torcedores. O normal, para uma torcida qualquer. Mas essa gente vestiu a camisa que tanto adora e saiu às ruas de cabeça erguida, como que afrontando os adversários. Vários deles hastearam bandeiras em janelas, carros, praças, passarelas, pontes.Em passeata foram ao "Hospital Parque São Jorge". O doente, pálido e alquebrado veio à janela. A multidão em coro gritava uníssono: EU NUNCA VOU TE ABANDONAR, PORQUE EU TE AMO. As televisões fizeram programas com psicólogos e filósofos numa tentativa de explicar aquilo. Em vão. Ainda vasculharam livros de política, religião e esportes a procura de algo semelhante. E nada!Dias depois, aquela gente marca um novo encontro, desta vez no Pacaembu. As TVs esqueceram os outros clubes, as notícias importantes, todo o resto, e colocaram dezenas de câmeras para bisbilhotar aquelas pessoas fanáticas.

Numa fração de segundos, eles começaram a pular abraçados e freneticamente, veio uma gritaria: AQUI TEM UM BANDO DE LOUCOS, LOUCOS POR TI CORINTHIANS.O doente já melhorava porque sabia o que acontecia nas ruas. Já respirando sem aparelhos, volta à janela, tentando dar alguns passos. E a turma de verdadeiros apaixonados estava lá: e a gritaria foi de arrepiar. NÃO PÁRA, NÃO PÁRA, NÃO PÁRA. Com essa manifestação de fidelidade e fé, o doente não parou de andar. Foi sentir o calor do norte, o frio do sul, visitou praias do nordeste, passeou pelo planalto central e percorreu estradas paulistas. Em cada canto do país percebeu que ali havia um bando de loucos. Aí os psicólogos e filósofos desistiram de vez. Aquele movimento era ímpar, próprio, inigualável, jamais visto na história do futebol.

Passados pouco mais de 10 meses, os médicos que previam internação por pelo menos 1 ano, deram liberdade ao gigante, mas ainda não têm explicação para aquela melhora. Também – pudera – nenhum era corintiano.

EU VOLTEI, VOLTEI PARA FICAR, PORQUE AQUI É O MEU LUGAR foi a cantoria do retorno. Mas como escrevi no título, retorno zero, porque, de verdade, o Corinthians não retornou, só tirou uma férias e nesse tempo, mudou o alfabeto para B…A…O choro, desta vez, foi mais comovente. Os adversários se assustaram. Alguns malucos ( não loucos, porque loucos são só os fiéis alvinegros) que esperavam o pior para aquele doente, agora se entreolham boquiabertos. Estão pasmos. E aprenderam uma lição duradoura. Essa gente lá do Corinthians é diferente. Se acontecer uma doença com qualquer um eles, sabem que a cura terá que ser por outro tratamento, porque o bando de loucos não passa receita.Eu, particularmente, vivi todos esses momentos e o meu Corinthians, sabe que não tem apenas torcedores, tem amigos do peito.Fiéis, abnegados, justos e exemplares. E sabem chorar. E como se não bastasse, comovem. E como comove.( Osmar de Oliveira )

Corinthians: O RETORNO ZERO

Aquele choro comovido da minha gente, em dezembro passado, está vivo na minha memória. O Corinthians, gravemente doente, estava na UTI. O diagnóstico era sabido: micróbios e vermes potentes lhe sugaram quase todo o sangue além de lhe roubar o dinheiro deixado pela torcida.

Adversários entusiasmados e “sem noção” fizeram festa, soltaram rojões, inventaram piadas. Alguns mais maldosos rogaram pragas e chegaram a crer na morte do gigante.

O normal seria o abatimento coletivo dos 18 milhões de torcedores. O normal, para uma torcida qualquer. Mas essa gente vestiu a camisa que tanto adora e saiu às ruas de cabeça erguida, como que afrontando os adversários. Vários deles hastearam bandeiras em janelas, carros, praças, passarelas, pontes.

Em passeata foram ao "Hospital Parque São Jorge". O doente, pálido e alquebrado veio à janela. A multidão em coro gritava uníssono: EU NUNCA VOU TE ABANDONAR, PORQUE EU TE AMO. As televisões fizeram programas com psicólogos e filósofos numa tentativa de explicar aquilo. Em vão. Ainda vasculharam livros de política, religião e esportes a procura de algo semelhante. E nada!

Dias depois, aquela gente marca um novo encontro, desta vez no Pacaembu. As TVs esqueceram os outros clubes, as notícias importantes, todo o resto, e colocaram dezenas de câmeras para bisbilhotar aquelas pessoas fanáticas.

Numa fração de segundos, eles começaram a pular abraçados e freneticamente, veio uma gritaria: AQUI TEM UM BANDO DE LOUCOS, LOUCOS POR TI CORINTHIANS.

O doente já melhorava porque sabia o que acontecia nas ruas. Já respirando sem aparelhos, volta à janela, tentando dar alguns passos. E a turma de verdadeiros apaixonados estava lá: e a gritaria foi de arrepiar. NÃO PÁRA, NÃO PÁRA, NÃO PÁRA. Com essa manifestação de fidelidade e fé, o doente não parou de andar. Foi sentir o calor do norte, o frio do sul, visitou praias do nordeste, passeou pelo planalto central e percorreu estradas paulistas. Em cada canto do país percebeu que ali havia um bando de loucos. Aí os psicólogos e filósofos desistiram de vez. Aquele movimento era ímpar, próprio, inigualável, jamais visto na história do futebol.

Passados pouco mais de 10 meses, os médicos que previam internação por pelo menos 1 ano, deram liberdade ao gigante, mas ainda não têm explicação para aquela melhora. Também – pudera – nenhum era corintiano.

EU VOLTEI, VOLTEI PARA FICAR, PORQUE AQUI É O MEU LUGAR foi a cantoria do retorno. Mas como escrevi no título, retorno zero, porque, de verdade, o Corinthians não retornou, só tirou uma férias e nesse tempo, mudou o alfabeto para B…A…

O choro, desta vez, foi mais comovente. Os adversários se assustaram. Alguns malucos ( não loucos, porque loucos são só os fiéis alvinegros) que esperavam o pior para aquele doente, agora se entreolham boquiabertos. Estão pasmos. E aprenderam uma lição duradoura. Essa gente lá do Corinthians é diferente. Se acontecer uma doença com qualquer um eles, sabem que a cura terá que ser por outro tratamento, porque o bando de loucos não passa receita.

Eu, particularmente, vivi todos esses momentos e o meu Corinthians, sabe que não tem apenas torcedores, tem amigos do peito.

Fiéis, abnegados, justos e exemplares. E sabem chorar. E como se não bastasse, comovem. E como comove.

( Osmar de Oliveira )

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Brazilian Octopus



O Brazilian Octopus foi formado em São Paulo, no início de 1968, por iniciativa de Lívio Rangan, o todo-poderoso diretor de eventos da Rhodia - empresa da área têxtil que produzia arrojados shows-desfiles para promover seus produtos. Por sinal, o Brazilian Octopus já nasceu com uma regalia incomum no mercado musical da época: um contrato de trabalho por um ano, que incluía três meses de ensaios pagos.
Da primeira formação, além de Bianchi (piano e órgão), Lanny (guitarra) e Alemão (violão e guitarra), participavam também Douglas de Oliveira (bateria), João Carlos Pegoraro (vibrafone), Carlos Alberto Alcântara (sax tenor e flauta), Cazé (sax alto) e Matias (contrabaixo). Na época, esses mesmos músicos gravaram um disco com o saxofonista japonês Sadao Watanabe, que não chegou a ser lançado no Brasil.
Rangan formou o Brazilian Octopus para executar ao vivo a trilha sonora do Momento 68, o mais ambicioso dos espetáculos institucionais da Rhodia produzidos até então no país. Com direção musical do maestro Rogério Duprat e direção cênica de Ademar Guerra, esse show-desfile tinha os atores Raul Cortês e Walmor Chagas encabeçando o elenco, ao lado dos cantores Gilberto Gil, Caetano Veloso, Eliana Pitman e do bailarino Lennie Dale. Os textos eram assinados por Millôr Fernandes.
"Eu me fantasiei de leão várias vezes naqueles desfiles da Rhodia. O grupo todo se vestia de bicho e tocava dentro de uma jaula", lembra Hermeto, que veio a substituir Cazé, alguns meses depois, junto com Nilson da Matta, que assumiu o contrabaixo. Apesar de suas trajetórias diversas, quase todos os integrantes do grupo já se conheciam da noite paulistana, especialmente da boate Stardust (dirigida pelo pai de Lanny), onde Hermeto, Bianchi e Alemão tocavam com freqüência.

Produzido por Mário Albanese e Fausto Canova, o álbum do Brazilian Octopus inclui ainda arranjos das conhecidas Casa Forte (de Edu Lobo), Pavane (Gabriel Fauré), Canção de Fim de Tarde (dos bossa-novistas Walter Santos e Thereza Souza), Gosto de Ser Como Sou e Gamboa (ambas de Mário Albanese e Ciro Pereira), que exploravam uma característica sonoridade produzida pelas flautas com o vibrafone, o órgão e as guitarras. "Nunca recebemos um tostão por esse disco. Parece que ele foi lançado na Europa, onde fez até um certo sucesso", diz Carlos Alberto, lembrando que os integrantes do Brazilian Octopus chegaram a procurar a diretoria da Fermata, para tirar satisfações sobre a vendagem do álbum. Em vez de cheques, receberam
apenas elogios e um convite para gravar outro disco. Como imaginaram que não receberiam nada novamente, recusaram. Terminou ali o inusitado octeto.

Escute e tire suas próprias conslusões. (BAIXAR)

sábado, 3 de abril de 2010

O Vento...

Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater, mas o estrago que faz a vida é curta pra ver...
Eu pensei que quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar...
Um século, um mês, três vidas e mais, um passo pra trás?

Por que será?

... Vou pensar.

Como pode alguém sonhar o que é impossível saber? Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer. E isso, eu vi, o vento leva!

Não sei mais, sinto que é como sonhar que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Se a gente já não sabe mais rir um do outro meu bem, então o que resta é chorar.

E talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas.
Um século, três, se as vidas atrás são parte de nós.

E como será?
O vento vai dizer, lento o que virá, e se chover demais a gente vai saber, claro de um trovão, se alguém depois sorrir em paz.

Só de encontrar...

Rodrigo Amarante