domingo, 27 de dezembro de 2009

Lá se vai... Deixando saudades...

Fim de jornada, com sensação de dever cumprido...

Conquistei novos amigos, revi conceitos, reescrevi histórias, participei de projetos...
Trabalhei demais, bebi demais, fumei demais, comi demais...
Procurei novos caminhos, me perdi nas tuas letras, me encontrei com a paz...
Dormi demais, me preocupei demais, te amei demais...
Fiquei doente, tomei diversos remédios e nada resolveu...
Estudei demais, copiei demais...
Inventei soluções...
Vivi demais...

Eu quero mais alguns anos iguais a esse!

domingo, 29 de novembro de 2009

Enquanto velo teu sono...

Dorme sim, meu bem
Com a boca aberta também pode ser
Que eu vou velar teu sono
Deita no meu peito se você quiser

Dorme sim, meu bem
Esquece da semana que cansou você
Que eu vou velar teu sono
Logo mais a vida será bem melhor

Quando acordar, saiba que estarei aqui
Esperando o seu beijo de pasta de dente com café
Decidiremos o que será do dia
E dos demais de nossas vidas, só pra variar

Dorme sim, meu bem
Com a boca aberta também pode ser
Que eu vou velar teu sono
Deita no meu peito se você quiser

Dorme sim, meu bem
Esquece da semana que cansou você
Que eu vou velar teu sono
Logo mais a vida será bem melhor

Quando acordar, saiba que estarei aqui
Esperando o seu beijo de pasta de dente com café
Decidiremos o que será do dia
E dos demais de nossas vidas, só pra variar

Airton Marinov Jr.

Dia-a-Dia Que Põe Comida na Mesa

a vida não tá fácil, mas talvez pra você...
carro importado, tem até dvd
a nova velha moda, da imagem que vale tudo
vaca de aluguel, em vestidinho de veludo

mas uma coisa não dá pra entender
porque na vida é impossível vencer?

é que hoje fiz, as mesmas coisas que fiz ontem
sempre os mesmos rostos, os mesmos erros de anteontem

chego em casa tarde querendo morrer
trânsito, stress, não dá pra esquecer
mas uma coisa não dá pra entender
porque na vida é impossível vencer?

a vida não tá fácil, mas talvez pra você...
carro importado, tem até dvd
a nova velha moda, da imagem que vale tudo
vaca de aluguel, em vestidinho de veludo

mas uma coisa não dá pra entender
porque na vida é impossível vencer?

é que hoje fiz, as mesmas coisas que fiz ontem
sempre os mesmos rostos, os mesmos erros de anteontem

chego em casa tarde querendo morrer
trânsito, stress, não dá pra esquecer
mas uma coisa não dá pra entender
porque na vida é impossível vencer?

Airton Marinov Jr.

domingo, 8 de novembro de 2009

Domingo enfadonho tem remédio...

Um domingo como qualquer outro, o timão joga no Pacaembú, Ronaldo marca um golaço, começo a sentir a depressão dominical, e a única coisa que salva esse dia enfadonho é sentir o seu cheiro. Simplesmente fecho os olhos e sinto seu cheiro, estou viciado em você, descobrindo a cada dia o que há de mais interessante, e acho que isso não terminará tão cedo...

PS: Feliz 11 (gosto desse número).

domingo, 20 de setembro de 2009

Desventuras no Sul 2 - O confronto final

Pois é, fui pro cliente, resolvi o problema, consegui antecipar meu vôo, o lanche no vôo não foi "light", chegando em sampa fui ao guichê da TAM retirar minhas "armas brancas" que tive que despachar, depois nos achados e perdidos retirar minha carta de motorista que havia caído do meu bolso depois que fiquei emputecido com a atitude da cretina da atendente da TAM. Até aí estava lindo. Eis que, voltando apé pra casa (sim, moro a 2km do aeroporto), me cai um gato do céu (sim, caiu um gato, no meio da rua, fez um puta barulho). Instantaneamente eu olho pro céu, pra ver se não iria cair mais, e nada. Olho pro gato, ele olha pra mim com uma cara de "ai, essa doeu, porra". Em seguida, pra não perder a moral, o gato me estranha, e sai andando, entra em um barracão do aeroporto, e eu tentando entender de onde caiu o maldito gato! Depois dessa, nada mais aconteceu, e acho que nada mais me surpreenderá!

sábado, 19 de setembro de 2009

Desventuras no Sul

São Paulo, 05:00 de um começo de manhã de sexta-feira não muito fria, mas nublada, tomo meu banho e vou caminhando até o Aeroporto de Congonhas. 06:00 da matina, aeroporto cheio desde cedo, fila no “check-in” e nos cafés, começo a me estressar. Vou até um "totem" da empresa TAM pra emitir meu bilhete eletrônico, o que não deu certo, informa que devo mesmo tomar no cú e pegar a fila monstruosa, mesmo estando com apenas uma mochila. Pois bem, após longos 20 minutos de fila, entrego meus documentos à atendente da companhia, ela informa que não localizou a reserva do vôo, me irrito mais um pouco, e saco meu notebook da mochila pra mostrar o voucher eletrônico. Após alguns minutos (tempo para o cérebro da moça pegar no tranco, deve ser a álcool, e tive a paciência de esperar), ela pede a um coordenador que libere meu bilhete, maravilha, respiro aliviado. Quando estou prestes a dar um bom dia bem amistoso, a cretina solta: "Senhor, precisamos pesar a sua bagagem de mão, pois não pode passar de 5KG.". Começo a me “emputecer”, coloco a mochila na balança, e a cretina me diz, com ar amistoso de quem quer enfiar dois dedões no seu cú: "Senhor, o senhor precisará despachar sua bagagem de mão!". O sangue subiu, não sou de bater em mulher, mas nesse momento a cretina da atendente caberia no espaço que restava na mochila, bem dobrada. Mas de nada valeria espernear naquele momento, na verdade dei até sorte porque meu canivete suíço e um estojo novo de ferramentas que ganhei do meu amor estavam dentro da mochila, e provavelmente se eu levasse a mochila comigo, eu teria de deixar esses pertences na "PF". Me restou colocar o notebook debaixo do braço e passar pelo "crivo" da PF (é, aqueles "coxinhas" mais refinados e pseudo-estudados). Pois bem, chegando ao detector eis que encontro um senhor alinhado, cara de vendedor de títulos de seguro privado, perdendo as estribeiras e quase espancando os agentes da PF: "isso é um absurdo, todo dia é a mesma palhaçada, daqui a pouco terei de ficar apenas de cueca pra vocês verem que não carrego nada!". A verdade é que a lei é igual pra todos, e pelo menos ali ela foi cumprida, pois bem... O embarque para meu vôo já estava aberto, e eu achei bom, odeio aquela espera de saguão de embarque, entrei no avião, peguei meu assento e sentei nele, nessa ordem mesmo. Café da manhã de vôo é sempre legal, por isso saí de jejum de casa, mas eles sempre adivinham como anda minha vida e saúde corporal, e me serviram um café da manhã "light". O que me deixou emputecido no vôo foi a tranqüilidade e humor negro do piloto: "bom dia senhores passageiros, dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Afonso pena, em Curitiba, o tempo por lá está nublado, em agradáveis 11 graus". Eu fiz questão de virar pro rapaz do meu lado: "agradável, só se for pra ele!". Pois bem, cheguei em Curitiba sem maiores pormenores, saí na calçada do saguão pra fumar um cigarro, aquele frio desgraçado com vento (o que é pior, podem acreditar), e um cidadão adiposo vestido de chinelo, bermuda, camiseta de torcida organizada do furacão, óculos escuros (pra que os óculos caralho, já está aparecendo bem sem eles nesse frio do cacete!), e fazendo pose de mau, preferi desviar o olhar para um ônibus da APAE que desembarcava as crianças para um passeio pelo aeroporto, e achei bacana demais. Chamei o táxi (sim, agora a firma disponibiliza voucher de uma cooperativa de taxi que atende em todo o país), fui de Pinhais a Curitiba "trocando idéia" com um senhor muito "gente fina", sotaque alemão levemente perceptível, e o assunto era o de sempre, e o que eu mais gosto de prosear com os taxistas: política e problemas das cidades brasileiras, mas ele profetizou uma coisa que me deixou com medo: Collor está voltando, aguarde e verás! Cheguei no cliente, e em cinco minutos constatei o que meu coordenador não havia constatado remotamente, o servidor de voz do cliente "mooooooooreu", mas o almoço com o cliente foi bom, no segundo cliente eu tomei um banho de realidade, "me toquei" que não há empresas de serviço de qualidade no que eu faço aqui no sul, e acho que vou pegar minhas malas, minha mulher, e morar por aqui. O dia terminou com uma pizza no quarto do hotel, frio pra cacete e chuva sem parar. Hoje é sábado, nem sei se o servidor novo do cliente chegou, não estou preocupado, só quero voltar pra sampa, como diria Sá, Rodrix e Guarabyra, "eu pego a montaria e vou rever o meu amor, depois de cinco dias pendurado no vapor"...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, e que não passa de ilusão...

Gessinger devia me conhecer, só pode...

Tempo sombrios são estes em que vivemos, onde mais vale o ter do que o ser...

Foda-se, escrever isso aqui não vai refrescar nada, mas vale como um desabafo...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre Canudos

Voltando ao papo dos canudos (é, aqueles mesmo, citados no primeiro dia do ano), os três primeiros já vieram, ainda que tardia...

domingo, 10 de maio de 2009

Não me importa se você se acha mal-humorada, confusa e fodida, só sei que esses cinco meses ao seu lado tem valido muito apena, cada segundo de amor, carinho, companheirismo e até mesmo de desentendimentos...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Olhos de Plástico

Paisagens verdes, gente sofrida, chão de fábrica, simpatia interiorana, uma bolinha de pêlo, espetinhos sem meu amor, ver o título do nosso time longe déla...

Não sei se com esses olhos de plástico comecei a enxergar mais com os olhos do coração, pois estou mais calmo, mais confiante, na certeza de que nada mais vai me ferir, pois tenho tudo que preciso pra ser feliz: um trabalho, um amor e uma família sensacional! Minha intuição voltou como uma "pedrada na moleira"!

O feriado se foi, não deixou saudades, mas me fez repensar no que eu quero pra minha vida. Coisa mais doída é passar um feriado longe de quem você ama, perdi até o show do John Lord, um ídolo que me fez (tentar) aprender a tocar teclado.

Só me resta agora correr pra semana passar mais rápido, só pra ficar mais um pouco junto déla...

sábado, 2 de maio de 2009

Eu preciso dizer que te amo...

Quando a gente conversaContando casos, besteirasTanta coisa em comumDeixando escapar segredosE eu não sei que hora dizerMe dá um medo, que medoÉ que eu preciso dizer que eu te amoTe ganhar ou perder sem enganoÉ, eu preciso dizer que eu te amo tantoE até o tempo passa arrastadoSó pra eu ficar do teu ladoVocê me chora dores de outro amorSe abre e acaba comigoE nessa novela eu não queroSer teu amigoÉ que eu preciso dizer que eu te amoTe ganhar ou perder sem enganoÉ, eu preciso dizer que eu te amo tantoEu já nem sei se eu tô misturandoEu perco o sonoLembrando em cada riso teuQualquer bandeiraFechando e abrindo a geladeiraA noite inteiraEu preciso dizer que eu te amoTe ganhar ou perder sem enganoEu preciso dizer que eu te amo tanto...

Cazuza

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Flor da Pele

Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!

Oh, sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que não acredito
Mais em você
Eu não preciso
De muito dinheiro
Graças a Deus!
Mas vou tomar
Aquele velho navio
Aquele velho navio!

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicído!

domingo, 22 de março de 2009

Ai ai ai, as curvas déssa estrada!

Pra ela tudo vale apena... Tudo bem, 150 por hora pra voltar pra casa é até demais, mas é uma delícia, tomara fosse em duas rodas (ainda vou fazer isso!). A verdade é que vale apena correr esse risco todo, e estou pouco me fodendo se quase meti um carro que nem é meu em uma ribanceira (por conta de um apagão mental) em qualquer "guard-rail". Eu quero é viver com ela, e agora não me preocupo com mais nada. Ah, minha doce "pin-up", tu não precisas de uma faculdade de letras pra escrever o que já sabes, mas te apóio, prenda minha, em tudo que tiver vontade de fazer!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Sol

Eu sou o sol,Eu sou o caminho,Eu sou o núcleo,A força de todo esse sistema planetário.Eu sou o sol,Sou luz que emana da inteligência, da bondade e do amor.E que às vezes a impureza dos espíritos me dificultam,Criando uma densa camada de neblina como no amanhecer de um dia frio e triste.Às vezes os homens me decepcionam, e às vezes até me ofendem.E porque me ofendem ?Por acaso fui eu quem destruiu suas ilusões ?Porque me mágoas destruindo meu jardim ?Por acaso minhas as flores serão mais belas dos que as que você poderá cultivar se quiser ?Porque você quer destruir as minhas árvores ?Por acaso não permito que você desfrute de suas sombras e seus frutos ?Porque você quer destruir os sentimentos e a pureza das minhas crianças ?Será pelo fato de ser pesado o seu fardo nesta vida ?Ou será uma sórdida vingança por terem destruido sua pureza e seus sentimentos ?Porque você quer destruir a fé que guia os meus irmãos ?Não será o seu Deus o mesmo que o meu ?Porque você quer aprisionar meus pássaros ?Por acaso lhê foi negado um dia poder voar ?Não, nada lhê foi negado. Tudo lhê foi dado.Não destrua suas próprias ilusões,E plante flores, árvores,Para que seus amigos sintam o aroma,E descansem a sua sombra.Ame seus filhos como foi amado.Toque com a ponta dos dedos o seu Deus e vôe,Vôe bem alto, o mais alto que puder,Usando sua força criativa,Porque das forças criativas nasce o nosso saber,Do nosso saber nasse o nosso prazer.Meu prazer é ver crianças sorrindo,Meu prazer é ver mãos se abrindo.E é por isso que eu faço força pra acreditar:Que o homem um dia vai evoluir pra poder amarE amar muito mais pra poder evoluir...

Casa das Máquinas (Autoria Indisponível)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Grande Cartola

Amanhã,
A tristeza vai transformar-se em alegria,
E o sol vai brilhar no céu de um novo dia,
Vamos sair pelas ruas, pelas ruas da cidade,
Peito aberto,
Cara ao sol da felicidade.
E no canto de amor assim,
Sempre vão surgir em mim, novas fantasias,
Sinto vibrando no ar,
E sei que não é vã, a cor da esperança,
A esperança do amanhã.

domingo, 25 de janeiro de 2009

conversa, sentimento, cerveja, petiscos, passeio pela cidade que não dorme, fim de noite a dois, acordar e mostrar a ela um pouco do meu mundo, um show bacana, o adeus, um pedaço da minha infância que ela levou, a preocupação com a chuva que ela tomou, e a vontade de viver tudo isso, todos os dias, até o fim dos meus dias...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"UM DIA DE MERDA" Luiz Fernando Veríssimo

Aeroporto Santos Dumont, 15:30 . Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas . Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. " Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo ." O avião só sairia as 16:30.
Entrando no ônibus, sem sanitários . Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: "Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro"
Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda . O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:
"Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido à obras na pista ." Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele . E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado .
Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada . Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal .
Mas sem dúvida, a situação tava tensa . Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério : " Cara, caguei." Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou - me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle . " Que se dane, me limpo no aeroporto " - pensei . "Pior que isso não fico ." Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte . Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda . Desta vez, como uma pasta morna.
Foi merda para tudo que e lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés . E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade . E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado . Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa . E me caguei pela quarta vez .
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca , mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pelos do rabo junto . Mas era tarde demais para tal artifício absorvente . Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada .
Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.
Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco . Olhei para cima e blasfemei: "Agora chega, né ?" Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço ) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia .
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o " check-in " e ia correndo tentar segurar o vôo . Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte . Ele tinha despachado a mala com roupas . Na mala de mão só tinha um pulôver de gola "V". A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus .
Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis . Minha cueca , joguei no lixo . A camisa era história . As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10
Teria que improvisar . A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnifica máquina de lavar . Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água..
Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu . Estava pronto para embarcar . Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calcas do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola "V", sem camisa . Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando " O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO" e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria . A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo . Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: " Nada , obrigado . Eu só queria esquecer este dia de merda !!! "

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Vem Morar Comigo

Por que você não vem morar comigo?
Alimentar meu cão, meu ego
Cansei de ser assim, colega
não sei mais ser só seu amigo
Eu quero agora ser o seu amado
Você me deixa a perigo
O amor me corta feito adaga
Mas vem você e afaga com afeto tão antigo
Você não leva a sério o que eu digo
E enche a taça que me embriaga
Me prega em cruz feito Jesus de praga
Mas sempre me defende e compra minhas brigas
Se é amor ou amizade vaga
Dizem que o amor a amizade estraga
E esta a este tira-lhe o vigor
Não ligo se é caretice ou romantismo brega
Um dia em mim essa aflição sossega
More comigo e traga seu amor
Adoro o jeito que você me pega
Me chama de meu nego, minha nega
E quando me abraça e eu me entrego
Vem você e diz “cuidado com esse apego”
Amigos falam que esse mico eu pago
Pois mudo logo quando você chega
E acende a luz mas essa luz me cega
E abre em rosa a pedra que no peito trago
Não ligo...etc
Você me arrasou...

Chico César