terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cartaz Ambulante

Sim, mais um dia o pobre cidadão acorda antes do galo cantar, antes da Maria passar o café, antes mesmo de se lembrar que o seu emprego não existe mais. Na mesma rotina, com a mesma calça de ontem e o mesmo paletó amarrotado, sai pra trabalhar. No mesmo trem, no mesmo vagão, no mesmo horário, encontra-se com outros cidadãos, olhos perdidos no horizonte de quem não tem mais sonhos (apenas esperança). Após ser lembrado (novamente) que seu emprego não existe mais, lá vai o cidadão para a praça, aquela mesma praça de ontem, e de anteontem. Até as árvores já conhecem aquela calça e aquele paletó amarrotado, mas as pessoas não se dão conta, (nem Maria), que de tão preocupada em passar o café, não se deu conta que o pobre cidadão vaga pelas ruas da cidade à procura (não mais de sonhos), mas de esperança. Mas o destino prega peças, até para um simples cidadão suburbano desempregado, que a única coisa que espera da vida é poder se ocupar novamente pra voltar a ter esperança (não mais sonhos). Foi um anúncio que chamou sua atenção: "trabalhe com anúncio de empregos". Após uma semana, o cidadão recuperou a sua esperança de uma vida menos sofrida, oferecendo esperança a outros cidadãos como um "cartaz de empregos ambulante".

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